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Avaliação: Fiat Freemont Precision

Avaliação: Fiat Freemont Precision

Crossover da Fiat é boa opção para o transporte de até sete pessoas

Por Jorge Augusto
Fotos: Marcelo Alexandre

A Freemont chegou às ruas brasileiras como o primeiro modelo resultante da associação da Fiat com o grupo Chrysler. Destinado a ocupar o topo de linha da marca Fiat, o Freemont na prática, é um Dodge Journey um pouco menos sofisticado. Esse posicionamento é estratégico e bastante inteligente. As marcas Chrysler e Fiat são complementares em vários sentidos. A americana Chrysler sempre foi especialista em carros grandes e tem uma pequena rede de concessionárias no Brasil. Já a italiana Fiat sempre manteve o seu foco em carros pequenos e tem uma das maiores redes de concessionária no Brasil.
 
Assim, a estratégia de oferecer um “Journey” mais básico, e disponível em uma rede de concessionárias maior, faz todo o sentido. Além disso, o Freemont atribuiu um novo ar à marca italiana no Brasil, fazendo a Fiat aparecer entre produtos onde a marca simplesmente não existia. A Freemont está disponível em duas versões, sempre com a mesma moto rização. A Emotion tem cinco lugares e a Precision (topo de linha e foco dessa avaliação) oferece sete lugares.
 
A Freemont é um veículo com características bem peculiares. Ele une a versatilidade de uma minivan, a dirigibilidade de um sedan de grande porte e a robustez de utilitário esportivo (SUV). Muitos definem esse tipo de veículo como SUV. Mas na prática, estamos falando de um Crossover. O principal motivo disso, é o fato da Fremont não oferecer tração nas quatro rodas.
 
De qualquer forma, a Freemont consegue atender o cliente que precisa transportar a família, espera alto padrão de conforto e não abre mão da versatilidade. O modelo, nem de longe, se comporta como uma minivan ou como um utilitário. É mais prático que ambos. Entre os vários atributos do modelo, fica o destaque para a capacidade de transportar sete pessoas, ou 5+2, como informa a empresa. O grande trunfo do produto é o amplo espaço para passageiros e bagagem, além de uma série de recursos que transformam uma longa viagem, num evento agradável.
 
Estilo
 
É um pouco difícil definir a Freemont dentro de um segmento específico. O desenho externo é mais clássico, com linhas predominantes retas. Assim, não dá para dizer que se trata de uma minivan, ou um veículo direcionado para mães que levam os filhos para escola. A Freemont tem personalidade, e sob alguns aspectos, sugere robustez e masculinidade. A dianteira exibe o logotipo da Fiat na grade frontal. Na traseira, o destaque fica por conta das lanternas grandes, que com elementos translúcidos horizontais, invadem a tampa. A iluminação das lanternas é feita por LEDs dispostos em desenho circular.
 
Interior
 
A Freemont passa a impressão de ter sido pensada visando oferecer o máximo em conforto e praticidade aos passageiros. Na versão Precision, o revestimento dos bancos é feito em couro preto.
 
O painel traz um estilo bonito, com dois mostradores redondos e uma tela colorida ao centro. A iluminação é feita em tons de branco e vermelho, com o fundo preto. Na tela central são exibidas informações do completo computador de bordo. Esse computador traz uma série de informações interessantes. Além das tradicionais infos de consumo médio e instantâneo; distâncias; velocidades médias; pressão dos pneus; ainda traz a temperatura da água do moto r, do óleo do moto r e do óleo do câmbio. Até o tempo em horas que o moto r ficou ligado desde a fabricação do carro, pode ser visto. Esse continua a ser o computador de bordo mais completo de todo o segmento.
 
O Freemont esbanja praticidade. O porta-luvas oferece espaço razoável e os porta-objetos vão além. No piso, logo atrás dos assentos do passageiro e moto rista, há dois compartimentos com capacidade para 12 latas de refrigerante, cada. Esses porta-objetos tem tampas com fecho, além de contarem com a possibilidade de remoção dos revestimentos internos, que são laváveis. Como o conjunto é impermeável, ainda pode ser utilizado da mesma forma que uma pequena geladeira de isopor, com latinhas e gelo. Para quem acha que isso não é o bastante, ainda há um terceiro porta-objeto (no piso), atrás da terceira fileira de bancos, que dá acesso ao compartimento de ferramentas.
 
E se todos esses compartimentos não forem suficientes, ainda é possível armazenar objetos embaixo do assento dianteiro. Para isso basta deslocar o assento do passageiro dianteiro para frente, a fim de revelar um recipiente de 273 x 222 milímetros, que é suficiente para colocar uma bolsa ou outros objetos de pequeno volume.
 
O freio de estacionamento é um pedal, no pé esquerdo. Isso libera espaço no console central para mais um porta-objeto de grande volume sob o apoio de braço. Esse espaço é bastante versátil e traz uma pequena prateleira deslizante, que pode ser utilizada para guardar moedas ou objetos pequenos. O acesso ao compartimento pode ser feito de duas maneiras. É possível levantar a tampa ou desloca-la para trás. Ainda nesse compartimento, existe uma tomada 12 volts e as conexões da porta USB e entrada tipo P2 do sistema de áudio, que será abordado mais a frente.
 
Para máxima praticidade, há um interessante recurso no compartimento de bagagens. Uma pequena lanterna, com bateria recarregável e iluminação do tipo LED, pode ser destacada da lateral esquerda do porta-malas. Não tem como ficar sem lanterna na hora de trocar o pneu num local escuro.
 
Outro item que tem o seu charme é o porta-oculos que também funciona como um espelho para monitorar as crianças no banco traseiro. Para isso, basta abrir o porta-óculos e fecha-lo parcialmente para o espelho poder ser utilizado.
 
Espaço Modular
 
São vários os pontos que encantam nesse crossover. Apenas com comandos em alavancas, é possível mudar a configuração do veículo, entre carga e passageiros (de 1 a 7 lugares), sem a retirada de um único banco. Tudo isso acontece com o rebatimento dos bancos. São nada menos que 32 possibilidades de posição dos bancos. É possível, por exemplo, baixar completamente a fileira do meio e viajar sentado na terceira fileira (no melhor estilo limousine) ou então rodar com apenas o banco do moto rista levantado (neste caso, o interior vira uma enorme sala de estar).
 
Na segunda fileira, os assentos são do tipo “teatro". Isso oferece aos passageiros na segunda e na terceira fileiras, melhor visão para fora do veículo. A segunda fileira é 40 mm mais alta que a primeira fileira, enquanto a terceira está 17 mm mais alta do que a segunda fileira e 57 mm mais alta que os assentos da primeira. Para facilitar a entrada e a saída para os bancos de trás, as portas traseiras do Freemont abre em 90 graus.
 
A capacidade do porta-malas também impressiona. Do piso ao teto são 758 litros com a 3ª fileira rebatida e 1461 litros com a 2ª e 3ª fileiras rebatidas. Já com as três fileiras de bancos na posição normal, ainda sobram 145 litros no espaço de bagagens.
 
Pesando na segurança, existem bancos para crianças integrados na segunda fileira de assentos. Esse recurso é definido como child booster que, graças à elevação da parte central dos assentos, permite posicionar corretamente crianças entre 4 e 7,5 anos. O sistema otimiza a geometria do cinto de segurança e garante maior proteção.
 
Dentro do carro há luzes de leitura tipo LED, parecidas com as de avião, de grande eficiência em tom de branco neutro. Outro item que merece destaque são as saídas de ar, individuais, no teto. Dessa forma, os passageiros das segunda e terceira fileiras não passam calor (ou frio). Para plena comodidade, sob a cabeça dos passageiros da segunda fileira, está um controle independente para ajuste da temperatura e velocidade do ar-condicionado. Mas o moto rista pode controlar todo o sistema de climatização a partir do painel, inclusive bloqueando o controle do painel traseiro e pré-definindo a temperatura. Só pra constar, o sistema de ar-condicionado é automático e digital nas três zonas.
 
Motor e câmbio
 
O senão da Freemont é o conjunto moto r e o câmbio, ou seja, o trem de força. O moto r é um quatro cilindros de 2,4 litros – 16 válvulas (apenas à gasolina) que gera 172 cavalos de potência (a 6.000 rpm) e 22,4 kgfm (a 4.500 rpm). Considerando que estamos falando de um carro com 1.809 kg e 4,9 metros de comprimento, além da capacidade de carga de 571 kg, essa potência fica no limite. No início o Freemont vinha equipado com um câmbio automático de apenas quatro marchas. No meio de 2013, a Fiat fez uma importante melhoria trocando para um câmbio de seis marchas, melhor escalonado. Ajudou um pouco na injeção de ânimo que o carro precisava, mas a conversa com o moto r ainda deixa lacunas.
 
Segundo a Fiat, a aceleração de 0 a 100 km/h acontece em 12,9 segundos, e a velocidade máxima é de 190 km/h. Na estrada, a Freemont chega a uma média de 10 km/l, com ar-condicionado ligado e velocidade média de 110 km/h. Já na cidade, a média cai para perto de 7 km/l. Completamente carregada, a Freemont pode chegar a 2.380 kg (com sete passageiros e carga). Com 77 litros no tanque de combustível, a autonomia é muito boa. Mas, definitivamente, o desempenho não é o ponto forte do modelo.
 
Suspensão
 
O conforto está a altura de veículo dessa categoria. A Freemont é extremamente confortável. A suspensão dianteira independente, do tipo McPherson, e traseira multilink conseguem filtrar com eficiência as imperfeições do solo. Quem imagina que esse conjunto pode se mostrar frágil, vai se surpreender. A suspensão é consistente e robusta, superando buracos e valetas com facilidade. Aliás, nesse quesito a Freemont lembra bastante alguns utilitários-esportivos. E se tivesse tração nas quatro rodas, poderia até fazer frente à alguns pseudo “sport-utilities” que andam por ai. Afinal o Freemont conta com vão livre do solo de 19,5 cm e pneus 225/65 com raio de 17 polegadas. Apenas por curiosidade, no Brasil já existe uma versão da Journey com tração nas quatro rodas.
 
Segurança
 
A Freemont, apesar de grande, apresenta-se adequadamente equipada para garantir elevado nível de segurança. Para começar, o modelo inclui dez air-bags, sendo: dois dianteiros de múltiplos estágios, dois laterais dianteiros montados na lateral dos assentos e seis do tipo cortina para todas as fileiras de bancos. Ainda inclui freios com ABS, ESP (controle de estabilidade eletrônico), programa eletrônico anti-capotamento e monitoramento de pressão dos pneus (o alerta aparece no quadro de instrumentos).
 
Dirigibilidade
 
A visibilidade é ótima, tanto na dianteira quanto na lateral, graças aos grandes retrovisores externos e ampla área envidraçada. Porém, a visibilidade traseira fica prejudicada, ainda mais se os bancos da terceira fileira estiverem levantados. Como estamos falando de um veículo bastante grande, a Freemont testada estava equipada com detector de obstáculo traseiro e câmera de marcha-ré.
 
Equipamentos
 
A versão Precision vem equipada com um sistema de áudio muito eficiente. Ele utiliza tela de LCD sensível ao toque (touchscreen) que além de controlar o sistema de áudio, ainda traz os comandos do sistema de climatização e aquecimento dos bancos dianteiros. Algumas configurações do carro, também estão presentes através dessa tela, como: ajustes do display, relógio, bússola, travamento das portas, luzes de acompanhamento e ajustes de áudio. O sistema é realmente completo, pois traz várias opções de conexões. São eles: entrada para cartão tipo SD-Card, porta USB, entrada para CDs no formato MP3 e conexão tipo P2.
 
O sistema de áudio vem seis alto-falantes de alta qualidade. A fidelidade acústica impressiona, deixando a Freemont no mesmo patamar de automóveis de alto luxo, quando o assunto é música. E para quem ainda quer mais, o sistema ainda inclui o Bluetooth Uconnect com comando de voz, permitindo a conexão de celulares compatíveis, no modo viva-voz.
 
Grande parte dos comandos do sistema de som estão presentes em botões instalados na parte de trás do volante. E na parte da frente do volante, os botões  controlam o sistema de cruzeiro, o computador de bordo e a conexão com celulares por interface Bluetooth. O moto rista ainda conta com alguns mimos especiais como ajustes parciais do banco por controles elétricos (o encosto é manual) e coluna de direção com ajuste de altura e profundidade.
 
Outro equipamento que faz diferença no carro é o sistema de chave presencial. Com ele, basta a chave estar dento do carro que o veículo pode ser ligado e desligado através de um botão. Esse sistema ainda permite a abertura e fechamento das portas, sem a necessidade de apertar botões no telecomando da chave. O moto rista só precisa se aproximar do carro com a chave e colocar a mão na maçaneta para a porta se abrir. E para fechar a porta, basta aproximar o polegar de uma região determinada da maçaneta.
 
Preço
 
Construído sobre a plataforma global do segmento D (a mesma da Dodge Journey), o Freemont é feito na fábrica de Toluca (México). Assim, a Freemont se beneficia da isenção das taxas de importação e chega ao Brasil com um preço inicial de R$ 96,5 mil com garantia de 3 anos. Com todos os opcionais, dentre eles teto-solar, pintura metálica ou perolizada, bancos em couro com aquecimento (pode se escolher entre cor creme e preto) e rodas de 19 polegadas, o preço sobre para R$ 103,9 mil. Existem duas opções dessas rodas (uma delas é cromada e a outra é cinza fosca). Com todos os opcionais o preço sobe para R$ 114 mil. Os principais concorrentes são Peugeot 3008, Honda CR-V, Toyota RAV4 e Hyundai ix35. Mas nenhum deles tem sete lugares ou o espaço interno da Freemont.