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Avaliação: Peugeot 208 Active

Avaliação: Peugeot 208 Active

Boa alternativa para quem quer um hatch-back, mas não um 1,0 litro

Por Jorge Augusto
Fotos: Marcelo Alexandre
 
Quando a Peugeot apresentou o 208 o objetivo era claro: estabelecer um novo momento para a marca, no Brasil. E foi exatamente isso que aconteceu. Com um carro totalmente novo, e baseado num projeto evoluído, o Peugeot 208 deu novo fôlego às vendas da marca. É bem verdade que a versão topo de linha inaugurou uma série de novas tecnologias entre os compactos considerados “premium”. Mas a realidade de compra do mercado é sempre diferente do carro “mais equipado da gama”. Pensando no cliente que não tem condição de comprar a versão mais cara, a Peugeot oferece a versão de entrada do 208 batizada de Active. Essa versão, até certo ponto, pode ser uma interessante alternativa para quem está procurando um hatch-back 1,0 litro equipado. Mas no caso da Peugeot, o cliente leva para casa um moto r bem mais potente.

Interior
 
O interior do 208 pode surpreender o cliente típico de um carro compacto. Bem maior que o 207, a vantagem está no espaço para pernas no banco traseiro (um dos melhores da categoria). O porta-malas também não decepciona, com 285 litros. Com o banco traseiro rebatido, e usando o espaço até o teto o espaço sobe para fantásticos 1.076 litros.
 
Os mais atentos vão notar o painel frontal mais elevado. Assim, o porta-luvas foi deslocado para cima e mais para frente. Isso amplia consideravelmente o espaço para pernas. Os passageiros dos bancos da frente podem manter os bancos numa posição que melhora o espaço para quem viaja no banco de trás. Ainda que o espaço para pernas seja muito bom, falta um pouco de altura no teto, para os passageiros do banco traseiro. Pessoas com mais de 1,85m, podem raspar a cabeça no teto. De qualquer forma, todos os bancos são confortáveis.
 
Posição ao dirigir diferente
 
Um detalhe que chama atenção é a visão que o moto rista tem do painel. A leitura das informações é feita por cima do volante. Além disso, o painel traz iluminação em leds no tom branco. O volante é bem menor que qualquer outro carro. Ele tem diâmetro 10% menor quando comparado ao do antigo 207 e fica numa posição mais baixa. Como assistência é elétrica (e variável de acordo com a velocidade), o moto rista não tem dificuldade em girar o volante mesmo com tamanho menor. Está presente nessa versão o ajuste de altura e profundidade do volante, ainda que o equipamento não esteja informado no site oficial da marca. A postura do moto rista é boa graças ao banco com ajuste de altura.
 
Motor 1,5 litro – 8 válvulas Flex
 
O 208 Active vem equipado moto r 1,5 litro – 8v Flex. Esse não é exatamente um moto r completamente novo. Trata-se da evolução do antigo moto r 1,4 litro que equipava o Citroën C3 e o Peugeot 207. Sua potência máxima é de 93 cavalos (a 5.500 rpm) quando abastecido com etanol (89 cv na gasolina). O torque máximo é de 14,2 kgfm a 3.000 rpm no etanol (13,5 kgfm na gasolina). O 208 Active só está disponível com câmbio manual de cinco marchas.
 
Desempenho
 
O rendimento em geral é bom. A velocidade máxima declarada pela Peugeot é de 181 km/h. E a aceleração de 0 à 100 km/h acontece em menos de 11 segundos. Certamente, são números interessantes para um compacto de entrada. Outro ponto muito interessante é que o 208 Active recebe nota “A” no programa de etiquetagem do INMETRO, em relação aos concorrentes diretos na sua categoria. Então, um tanque de combustível com 55 litros, autonomia não é um problema. Outro detalhe relevante no novo 208, é a melhora considerável do isolamento acústico. O silencio a bordo é digno de um hatch de categoria Premium. Esses bons números se devem ao baixo peso do carro, com 1.076 kg.
 
Dirigibilidade
 
Certamente, o 208 Active é um carro que não decepciona o seu usuário, afinal ele “cabe” no orçamento do dia a dia. Na cidade, o carro cumpre de forma exemplar o seu papel no item desempenho. O volante leve e pequeno, somado a boa posição para dirigir, faz do 208 um carro muito agradável. A alavanca de câmbio, ainda que não tenha a precisão dos engates dos carros da Volkswagen, melhorou expressivamente em relação ao que se via no antigo 207. A suspensão vai mais para o “macio”, do que para o firme. Ainda sim, o 208 é mais na mão que seu primo Citroen C3. No geral, o conjunto aguenta bem os buracos e lombadas das ruas brasileiras, sem ficar raspando a parte da frente do carro. Na estrada, só falta fôlego com o carro carregado e em estradas de Serra. De resto, o carrinho da Peugeot é um bom divertimento durante a condução.
 
Segurança
 
O 208 vem equipado com dois airbags frontais; cinco cintos de segurança com três pontos de fixação: alerta sonoro e visual de afivelamento do cinto do condutor de série; freios com ABS e repartidor eletrônico de frenagem (REF). Em freadas realmente bruscas, as luzes de freios piscam rapidamente, e quando o carro para completamente, são ligadas as luzes do pisca-alerta. Também incorpora os repetidores laterais das luzes de direção, nos espelhos.
 
Ainda no item de segurança, o 208 incorpora as luzes de posição diurnas. Na versão de entrada, essa iluminação é feita com lâmpadas convencionais (diferente da versão topo de linha Griffe que traz o sistema em LEDs). Essas luzes no 208 ficam acesas tanto de dia, quanto a noite. Outro detalhe são as luzes traseiras, com forma de bumerangue e um recorte com uma assinatura luminosa com três “garras” marcadas por guias de luz.
 
Os equipamentos essenciais
 
Mesmo sendo uma versão de entrada, não significa necessariamente pouco conforto. O 208 Active traz de série ar condicionado com regulagem manual; porta-luvas refrigerado; chave tipo canivete com comandos de abertura das portas e função "lead me to the car"; vidros elétricos apenas nas portas dianteiras e rodas de ferro com calotas de 15 polegadas com pneus 195/60. Ainda que sejam calotas nas rodas, o desenho é bastante bonito, e de longe nem parecem calotas. Outro detalhe é que o pneu de estepe é exatamente igual ao de rodagem. Num eventual substituição, o moto rista não sofre alteração na dirigibilidade. A única coisa que o cliente acaba sentido falta, é o do ajuste elétrico dos espelhos retrovisores laterais. Ainda faz parte do pacote, um básico computador de bordo, que informa o consumo instantâneo de combustível e a autonomia.
 
Ainda que não esteja no pacote oficial de equipamentos, o 208 Active avaliado estava equipado com um rádio CD-Player da Pioneer. Segundo alguns concessionários da marca, várias unidades do 208 Active chegaram as concessionárias, já com esse equipamento instalado de fábrica, sem mudança no preço. Mas o equipamento não é listado entre os itens de série.
 
Preço e mercado
 
O 208 Active está disponível num pacote único, sem opcionais. O cliente só pode escolher a cor (metálica acrescenta R$ 1,2 mil). Essa versão tem preço sugerido de R$ 43 mil, com pintura sólida. Mas segundo apuramos com algumas concessionárias Peugeot da região, dá para levar essa versão por até R$ 40 mil. Outro ponto importante são os três anos de garantia total sem letras miúdas. Ou seja, independente do carro ser comprado por pessoa física ou jurídica, a garantia é de 3 anos, extensível inclusive ao segundo ou terceiro comprador do carro. Além disso, o carro inclui três anos de Peugeot Assistance, o serviço de assistência disponível gratuitamente em todo o país 24 horas por dia.
 
A versão Active do 208 é a alternativa ideal para quem tem um orçamento limitado, mas não quer um carro com os fracos moto res 1,0 litro, frequentemente encontrados nessa faixa de preço. Dois exemplos são é o Volkswagen Up e o Novo Uno Way, que na versões topo de linha, custam mais caro que o Peugeot 208 Active. Então, para quem está mais preocupado com desempenho, do que com equipamentos de conveniência, esse Peugeot é ótima opção.