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Avaliação: Renault Duster Tech Road II

Avaliação: Renault Duster Tech Road II

Um crossover ideal para todas as aventuras da cidade

Lançado em outubro de 2011, o Duster logo caiu no gosto do brasileiro. Naquele ano, em três meses foram 9.390 unidades vendidas. Já em 2012 o modelo fechou o ano com 46.904 unidades comercializadas com 25,8% de participação no segmento. Em Dezembro de 2013, o Renault Duster alcançou a marca de 100 mil unidades vendidas no Brasil. Sem considerar as séries especiais, o Duster está disponível no Brasil, em seis diferentes versões, sendo: Duster 1.6 16V Hi-Flex, Duster Expression 1.6 16V Hi-Flex, Duster Dynamique 1.6 16V Hi-Flex, Duster Dynamique 2.0 16V Hi-Flex com câmbio manual, Duster Dynamique 2.0 16V Hi-Flex com câmbio automático, Duster Dynamique 2.0 16V Hi-Flex com tração 4x4 câmbio manual.
 
Duster Tech Road II
 
Para comemorar a marca de 100 mil unidades, a Renault reeditou uma série limitada, lançando o Duster Tech Road II. A versão dá sequência a série limitada Tech Road I, lançada em setembro de 2012, e que registrou 29 mil unidades vendidas até o final do mês de novembro de 2013. Como todas as séries especiais, a Tech Road II tem como principal benefício, trazer um estilo diferenciado, com a inclusão de mais equipamentos de série.
 
A série limitada Duster Tech Road II é baseada na versão Dynamique (em relação aos equipamentos) e comercializada em três opções: com câmbio manual 4x2; com câmbio automático 4x2 e com câmbio manual e tração 4x4. Todas as versões são equipadas com moto r 2.0 16V Hi-Flex. Nessa avaliação, trazemos a versão Tech Road II automática, com tração 4x2.
 
Um importante esclarecimento
 
Mas antes de entrar nos detalhes da versão, cabe um importante esclarecimento. É bem verdade que o Duster chegou como o mais “SUV” entre os crossovers que existem no mercado brasileiro. Por definição, SUVs são veículos muito parrudos, sempre com tração não quatro rodas e caixa de redução no câmbio e equipados com moto res à diesel. Além disso, eles trazem uma enorme capacidade no fora-de-estrada.
 
No Brasil, a portaria nº 127 de 17 de dezembro de 2008, estabelece um procedimento adicional para definir um modelo como utilitário ou jipe, que pode receber um moto r à diesel. O Artigo 1º. Define que um veículo de espécie misto/utilitário/ jipe, equipados com moto r diesel, devem possuir:
 
a) caixa de mudança múltipla e redutor;
b) tração nas quatro rodas;
c) guincho ou local apropriado para recebê-lo;
d) altura livre do solo mínima sob os eixos dianteiro e traseiro de 18 cm;
e) altura livre do solo mínima entre os eixos de 20 cm;
f) ângulo de entrada mínimo de 25°;
g) ângulo de saída mínimo de 20°;
h) ângulo de rampa mínimo de 20º
 
Então, de cara, o primeiro item da portaria já invalida o Duster (bem como seus concorrentes diretos Ford EcoSport e Chevrolet Tracker), como um jipe ou SUV. Portanto, a definição de SUV para esses veículos é uma tremenda enganação criada pelo Marketing das respectivas montadoras! Ainda que as marcas enganem o consumidor, elas não podem enganar o governo. E justamente por isso, que os modelos em questão não oferecem moto res à diesel, e NÃO SÃO SUVs.
 
Ainda sim, o Renault Duster é entre todos os Crossovers, o mais parrudo para enfrentar as condições do fora de estrada. Bem diferente do EcoSport que “forçou, quebrou”, o Duster aguenta bem “tranco”, quando levado ao limite. O Duster tem a maior altura em relação ao solo (21 cm), ângulo de entrada de 30 graus e ângulo de saída de 35 graus. Fica clara a superioridade do Duster, na hora do desafio.
 
Porém, o Duster tem apenas uma única versão com tração nas quatro rodas, e essa versão não conta com a opção de câmbio automático. Todas as demais versões do Duster são sempre 4x2, com tração dianteira e sem sistemas de bloqueio nas rodas. Assim, a forma mais justa de classificar o Duster é: um excelente crossovers. E é justamente aqui que acaba “caindo” a versão Tech Road II avaliada aqui.
 
O Duster é certamente um veículo a prova de lombadas, valetas, guias e outros obstáculos urbanos. Outros detalhes são os pneus de uso misto e posição de dirigir elevada. Somando-se as características, o Duster ainda consegue atravessar regiões alagadas com até 40 cm de água, sem danos ao veículo.
 
Estilo
 
Algumas mudanças estéticas forma feitas nessa série limitada. O Duster Tech Road II tem como diferenças: a grade frontal na cor Dark Star; faróis com máscara negra; barras no teto e para-choque dianteiro com detalhe na entrada de ar na cor preta; retrovisores e rodas aro 16 polegadas na cor cinza inox. Na traseira, o puxador de abertura do porta-malas também vem na cor Dark Star, e nas laterais, o adesivo Tech Road II na parte inferior da porta identifica a série limitada. Já no interior são mantidos os equipamentos da versão Dynamique.
 
Interior
 
É inegável a utilidade do veículo. Entretanto, a sofisticação, deixa um pouco a desejar com um acabamento espartano. Sofisticação não é o forte do carro. A própria marca informa que se preocupou bastante em passar a mensagem de um produto alinhado com o tema de fora-de-estrada, e com um desenho externo lembrando robustez.
 
No geral, o interior do Duster é funcional e espaçoso. Falta requinte, principalmente no acabamento Alguns até vão achar o interior “escuro” à noite. Falta retroiluminação em botões e comandos do carro. Os consoles e porta-objetos são os necessários. O único diferencial é um porta-objetos no teto que pode ser utilizado tanto pelos passageiros da frente, quanto do banco de trás.
 
Mesmo simples, o interior é mais espaçoso entre os crossovers que concorrem diretamente. Ele permite o transporte de até cinco passageiros, com bom nível de conforto. Outro ponto forte é o amplo espaço para bagagens. O porta-malas conta com capacidade para até 475 litros. Com o banco traseiro rebatido, é possível levar objetos maiores como uma bicicleta ou pranchas de surfe.
 
Media Nav
 
Outro diferencial da série Tech Road II é o Media Nav. Trata-se de uma central multimedia com tela sensível ao toque (touch screen) de 7 polegadas, integrada ao painel do veículo. Com display colorido e botões grandes, os menus são de fácil identificação e configuração. Em poucos toques, o moto rista tem acesso ao sistema, onde pode selecionar fontes de áudio e navegador GPS. Um detalhe importante, é que essa central não traz mais a reprodução de CDs. Ele tem apenas a reprodução de música em formato digital.
 
Além da opção de rádio AM e FM, o equipamento tem várias opções de conectividade. As músicas podem ser executadas por meio do celular (via conexão estéreo Bluetooth conhecida por A2DP) ou por fonte auxiliar (via pen-drive através da entrada USB). A entrada auxiliar tipo P2 faz parte da conectividade do Media Nav e permite conexão ao mp3 player ou qualquer outro equipamento que utilize esse tipo de cabo.
 
Além da conexão de áudio pelo Bluetooth, também é possível falar ao celular pelo Media Nav através dessa conexão. Pode-se discar para os contatos, ter acesso ao histórico de chamadas e deixar os números registrados no sistema, tudo com visualização pelo display.
duster
 
Outra função é o recurso do GPS. Para permitir que o moto rista chegue ao seu destino, o sistema de navegação tem fácil programação de destinos e ampla lista de pontos de interesse. É possível programar e salvar a rota, enquanto o mapa é mostrado na tela. A hora programada para chegada ao destino, a distância a percorrer, a velocidade média e outras informações importantes também são passadas ao condutor. Mas nesse sistema, faltaram algumas coisas. O uso do “zoom in” ou “zoom out” é complicado. Não existe um botão de acesso rápido. Isso dificulta a visualização do caminho, enquanto se percorre o trajeto. Outro senão, é o cursor muito grande da exibição do carro. Em algumas situações, ele encobre entroncamentos e detalhes no mapa, em manobras mais complexas.
 
Bem diferente do sistema de GPS presente no Fluence, o sistema do Duster é diferente. O sistema do Fluence é fornecido pela Tom Tom, com mapas da Teleatlas (a mesma que fornece para Google). Além disso, o sistema do Fluence tinha um controle re moto para a utilização do GPS, sem tela sensivel ao toque. O sistema Media Nav do Duster é fornecido pela LG, com mapas da Navteq (divisão da Nokia). Esse sistema Media Nav, não permite a edição dos mapas (efetuar correções de ruas e desvios) como acontecia no Fluence.
 
O Media Nav do Duster Tech Road II traz ainda comandos satélites na coluna de direção e possibilita que o moto rista manuseie as funções mais úteis como, trocar de música, atender e terminar chamadas, trocar estações do rádio sem tirar as mãos do volante.
 
Motor
 
O Duster TechRoad II está equipado com moto r 2.0 litros - 16V Hi-Flex (já conhecido em produtos Renault-Nissan). Esse moto r traz algumas evoluções. Entre as mudanças realizadas para o Duster, destacam-se: nova central eletrônica, elevação da taxa compressão de 9,8:1 para 11:1.; quinta válvula injetora de combustível para partida a frio e novos cabeçote, válvulas, pistões e tampa de distribuição. Este moto r desenvolve a potência de 142 cv (etanol) / 138 cv (gasolina) a 5.500 rpm e torque máximo de 19,7 kgfm (gasolina) / 20,9 kgfm (etanol) a 3.750 rpm.
 
Desempenho
 
O moto r 2.0 litros associado ao câmbio automático de 4 marchas tem os seguintes números: A aceleração até 100km/h acontece em 10,7 s (etanol) / 11,6 s (gasolina) e a velocidade máxima é de 174 km/h (etanol) / 170 km/h (gasolina). Quando comparado a outros Crossovers que concorrem diretamente com o Duster, esses números deixam a desejar. E a culpa, não é do moto r (que tem um rendimento interessante). O problema é o obsoleto câmbio automático de apenas quatro marchas. Além de atrapalhar bastante no desempenho do carro, e principalmente em retomadas de velocidade, também prejudica no consumo de combustível. Pelo programa de etiquetagem do INMETRO, o Duster automático 4x2 tem uma das piores notas da categoria, ficando com letra “D”. Pior que ele, só o Tucson da Hyundai! Agora, quando o Duster vem equipado com o câmbio manual, ele recebe letra “A”, no mesmo programa.
 
Equipamentos
 
O Duster Tech Road II trazia todos os equipamentos principais de conforto e conveniência de fábrica. O ar-condicionado tem controle manual e a direção-hidráulica mostra-se leve na condução, auxiliada pela regulagem de altura do volante. Está presente o banco do moto rista com regulagem de altura, todos os vidros com controles elétricos e alarme. O volante e a manopla de câmbio são revestidos em couro e o banco traseiro pode ser rebatido (1/3 e 2/3). Outros recursos são o computador de bordo e o acionamento elétrico dos retrovisores externos. Sob o aspecto de segurança, o Duster vem com freios ABS e airbags dianteiros.
 
Preço
 
O Duster Tech Road II está baseado na versão Dynamique. A versão avaliada aqui tem preço sugerido de R$ 72,3 mil. Os únicos opcionais são as cores metálicas (R$ 1,4 mil) e os bancos em couro (R$1,6 mil). A série limitada Duster Tech Road II é comercializada com garantia total de fábrica de 36 meses ou 100.000 quilômetros (o que ocorrer primeiro).