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CRISE: Falta e adulteração de combustíveis

CRISE: Falta e adulteração de combustíveis

Saiba todos os problemas, e como se prevenir nessas situações

Com a greve dos caminhoneiros, muitos motoristas ficaram com o tanque de seu veículo na reserva ou completamente sem combustível. Mas você chegou a pensar nos problemas que essa atitude pode trazer ao seu automóvel? Além disso, alguns postos estão se aproveitando da situação para vender combustíveis adulterados. Aqui vamos tentar ajudar você a evitar mais problemas!
 
Uma prática que deve ser sempre evitada é andar com o carro na reserva. Agora com falta de combustível é justificável, mas normalmente sempre abasteça o carro quando o tanque chegar em um quarto. Isso porque a bomba de combustível do carro, utiliza o próprio combustível para se lubrificar. Na reserva, com mais impurezas do fundo do tanque, a bomba irá trabalhar sobrecarregada, podendo até queimar. E se queimar, o carro não vai mais ligar.
 
Cuidado com o posto que abastece também é algo que se deve preocupar sempre. Geralmente postos com bandeira possuem um controle de qualidade para evitar adulterações, mas também existem postos sem bandeira confiáveis. Fato é que o combustível adulterado na queima como deveria e já dá sinais de problemas nos primeiros quilômetros rodados, como: falhas no motor, dificuldade na partida, perda de potência. A longo prazo pode danificar o catalisador, bicos injetores, velas e a bomba de combustível.
 
Como proceder para evitar problemas
 
Com o desespero da população, quase ninguém está atento a verificação da qualidade do combustível. E isso pode causar prejuízos severos aos motores dos veículos.
 
Em primeiro lugar, confirmar se o preço exibido na bomba se iguala ao preço exibido no painel do posto. É exigido que esses painéis sejam exibidos sempre. Também conferir se o volume informado na bomba, bate com o valor cobrado. Multiplique o preço do litro do combustível, pelo preço exibido, e veja se bate com o preço final.
 
Outra informação que é possível observar na bomba é a procedência do combustível, ou seja, quem o forneceu.
 
Caso você acredite que possa estar sendo enganado no volume, exija que seja feito um teste na bomba da sua frente, lembrando que o maior valor de diferença permitido é de 100 ml, seja para mais ou para menos.
 
Quanto a qualidade do combustível, o consumidor também pode (e deve) exigir o teste com densímetro, tanto no etanol, quanto na gasolina. O posto não pode se recusar a fazer este teste. Veja como o teste é feito AQUI, e inclusive pode ser feito em casa. Atualmente o teor de etanol na gasolina é de 27%.
 
Sintomas do combustível adulterado
 
A falta de potência, e as falhas na marcha lenta e na aceleração são os primeiros sintomas a serem percebidos quando o combustível está adulterado. Ou seja, você acaba precisando acelerar mais para ter a mesma velocidade no carro.
 
Outra questão fácil de ser percebida é o consumo elevado. Aumenta de 20 a 30% quando o combustível está adulterado. Nos carros mais novos é fácil de perceber pela medição de consumo médio do computador de bordo, ou simplesmente pelo tempo que o tanque dura para quem faz sempre o mesmo percurso.
 
A dificuldade na partida do motor também pode indicar combustível adulterado. E um outro aspecto que exige mais atenção é o barulho de metal no motor. Nas situações em que é mais exigido, como subidas, pode apresentar um ruído semelhante a metal batendo, que é a pré-detonação, que pode ser causada pelo combustível adulterado.
 
Outras formas de identificar
 
Preste atenção se estão saindo odores estranhos e diferentes daqueles que costuma sair do escapamento do veículo. Cheiros de solventes, querosene, ou outros mais fortes são indícios de que existe adulteração.
 
Um pouco de água é normal sair pelo escapamento quando o veículo dá a partida de manhã cedo. Mais isso para assim que o motor esquenta, logo nos primeiros minutos. Se continuar a sair água em gotículas, ou quantidade grande de vapores, o combustível pode estar adulterado.
 
O que fazer para se prevenir
 
Primeira coisa e exigir a nota fiscal do abastecimento, e de preferência com a inclusão do seu CPF na nota-fiscal.
 
Prefira o pagamento por meio de cartão de débito ou crédito. Isso será outro comprovante com hora e data da compra realizada no posto de combustível. Desconfie de todo o posto que esteja exigindo pagamento apenas em dinheiro!
 
Se possível, faça uma inspeção visual do combustível.
 
No caso do diesel, ele deve apresentar uma aparência livre de impurezas e resíduos. Se o diesel parecer muito sujo e viscoso, desconfie!
 
A gasolina pode conter até 27% de etanol anidro. Mas é comum a adulteração com maior quantidade de etanol que pode ser verificada com o teste de densidade. Outra forma de adulteração é a adição de solventes. A gasolina tem que estar sempre límpida e de cor alaranjada homogênea. Não pode existir separação em camadas, nem “fase”. Aparência leitosa também é sinal de adulteração.
 
No caso do etanol a adulteração mais comum é a adição de água. O cheiro do combustível fica com cheiro mais suave. O consumo de etanol também será mais em caso de adulteração. Para averiguar a qualidade é necessário fazer a inspeção com o densímetro.
 
O que fazer se você foi enganado
 
Primeira coisa é parar o carro. Evite rodar com o combustível adulterado, pois isso pode ficar bem mais caro numa eventual manutenção do seu motor.
 
Chame um guincho para remover o carro, ou um mecânico de confiança para retirar o combustível adulterado do tanque.
 
Registre o fato com fotos e vídeos, com seu smartphone.
 
Formalizar uma denúncia no PROCON e na ANP.
 
Use suas redes sociais para informar amigos e conhecidos do problema ocorrido, incluindo sites como o Reclame Aqui! 
 
Procure um advogado!
 
Nesse caso, consultamos um advogado para saber quais atitudes o consumidor pode tomar. Segundo o doutor Alexandre Rabelo, para que consumidor possa reclamar seus direitos, precisa seguir alguns passos básicos:
 
Comprovar dano: Com um mecânico ou oficina de confiança, solicite um laudo técnico demonstrando que os problemas surgidos no veículo são resultados de combustíveis adulterados.
 
Reclame: Com as provas em mãos, ou seja, com a Nota Fiscal mais o Laudo do Mecânico, você pode tentar resolver a situação diretamente no posto onde abasteceu.
 
Denuncie: Caso a situação não seja resolvida de forma amigável, formalize uma denúncia junto ao Procon de sua cidade e se mesmo assim a questão não for resolvida, procure por um advogado para ingresso de ação de indenização por perdas e danos junto ao Poder Judiciário. A denúncia na ANP também é possível. Mas em regra, ela penaliza apenas o Posto de Combustível, e não resolve o problema causado ao consumidor. Assim, será o Procon e o Poder Judiciário as vias mais indicadas para o ressarcimento dos eventuais prejuízos.
 
Assim, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor deve responder pela venda de combustíveis adulterados, além de indenizar o consumidor pelos danos materiais (deterioração do carro) por tal prática.
 
Além disso, o consumidor pode pedir reparação por danos morais no que é chamado de responsabilidade civil, mas tudo dependerá de provas, sendo importante para o sucesso de sua ação, que o Consumidor tenha em mãos a Nota Fiscal e o Laudo do Mecânico.