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Mercedes-Benz e o caminhão do futuro

Mercedes-Benz e o caminhão do futuro

Marca mostrará o caminhão que irá revolucionar o transporte rodoviário

Por Jorge Augusto

Na edição 2014 do Salão Internacional de Veículos Comerciais IAA – a ser realizado entre 25 de setembro e 2 de outubro em Hanover, na Alemanha – a Daimler AG faz a estreia mundial do "Mercedes-BenzFuture Truck 2025". Segundo a fábrica, dentro de dez anos, eles poderão ser conduzidos em regime autônomo por rodovias e vias expressas europeias. Seus moto ristas não serão mais moto ristas, mas sim "gestores de transporte", que irão operar em estações de trabalho sobre rodas com novos campos de atuação profissional. A conectividade é a base desse avanço técnico revolucionário. Um requisito para isso são as condições adequadas.
 
Não se trata de um novo veículo, mas sim de um sistema de transporte do futuro, desenvolvido a partir da iniciativa “Shaping Future Transportation” ("Moldando o Transporte do Futuro") da Daimler Trucks, que visa preservar os recursos naturais, reduzir as emissões de todo tipo e garantir, ao mesmo tempo, a máxima segurança possível nas vias.
 
A estreia mundial de um protótipo próximo da produção em série, o "Future Truck 2025" – que já acumula viagens a uma velocidade de até 80 km/h em situações reais de trânsito num trecho da rodovia alemã A14 – demonstra suas fascinantes aptidões. No mês de setembro, a Mercedes-Benz revelará o protótipo completo no IAA 2014.
 
Para a Daimler, a condução autônoma já deixou de ser ficção científica. Em caminhões no tráfego de longo percurso ela será realidade dentro de dez anos. O protótipo mais próximo dessa realidade, o “Mercedes-Benz Future Truck 2025” já superou a fase de desenvolvimento. O ponto de partida tecnológico é o Mercedes-Benz Actros de 2014. Este caminhão definiu o padrão de desempenho, segurança e dirigibilidade desde sua introdução no mercado em 2011.
 
O “Future Truck 2025” com "Highway Pilot" (piloto rodoviário) é o Mercedes-BenzActros 1845. Seu moto r desenvolve 449 cv de potência, com torque máximo de 2.200 Nm. Para a transmissão de força foi adotado o câmbio totalmente automatizado Mercedes PowerShift 3 de 12 marchas.
 
Durante os testes em vias públicas, o “Future Truck 2025” circulou ainda camuflado, com quadrados nas cores branco e preto na pintura externa. Internamente, foi aplicada uma cobertura que modifica o cockpit. Porém, as telas adicionais no painel já permitem perceber que o posto de trabalho do moto rista de caminhão do futuro responderá às necessidades de um gestor de transporte. Dentro da cabina do novo Actros já estão visualmente separadas a área de trabalho do moto rista e a área de descanso. No futuro, haverá a estação de trabalho funcional para a condução autônoma.
 
Além disso, a nova norma da União Europeia que regulamenta os comprimentos de veículos e trens de força permitirá implementar medidas adicionais de otimização da aerodinâmica. O "Aerodynamics Trailer", que já se beneficia dessas medidas, também trará vantagens para o “Future Truck 2025” em seu design definitivo. No IAA 2014 isso ficará bem claro ao público.
 
Como o caminhão dirige sozinho
 
Aspecto decisivo do “Future Truck 2025” como caminhão para a condução autônoma são seus equipamentos tecnológicos. Na parte dianteira inferior, por exemplo, encontra-se um sensor de radar que explora a região de curta e de longa distância adiante do caminhão. O de curto alcance atinge 70 metros e possui ângulo de abertura de 130 graus. Já o de longo alcance chega a 250 metros, monitorando a estrada em um ângulo de abertura de 18 graus. O sensor de radar toma por base os equipamentos já disponíveis no Actros, como o sistema de controle de proximidade e o servofreio de emergência.
 
Uma câmera estereoscópica situada sobre o painel de instrumentos, atrás do parabrisa, também varre a área situada à frente do veículo. Atualmente, está instalada ali uma câmera 2D do sistema de orientação de faixa de rolagem. A câmera estereoscópica tem um alcance de 100 metros e cobre uma área de 45 graus na horizontal e 27 graus na vertical.
 
A câmera estereoscópica do “Mercedes-Benz Future Truck 2025” consegue identificar uma ou duas pistas da estrada, além de pedestres, obstáculos estáticos ou em movimento, outros objetos dentro da área monitorada e as características da via. Ela reconhece tudo o que se distingue do fundo, para que possa calcular com precisão o espaço livre disponível. O equipamento registra também as informações dos sinais de trânsito. Junto com a detecção de objetos e do espaço livre, o reconhecimento da pista é essencial para a orientação do veículo na condução autônoma.
 
Para monitorar as áreas da estrada à esquerda e à direita do caminhão são utilizados sensores de radar instalados nas laterais. Eles são montados em ambos os lados à frente do eixo traseiro da unidade de tração. Seu alcance é de 60 metros e os sensores cobrem um raio de 170 graus.
 
Os sensores estão interconectados em rede de modo que geram uma imagem completa do entorno do caminhão, reconhecendo todos os objetos estáticos e em movimento. Graças à fusão dos dados obtidos pelo sensor de radar dianteiro, pelos sensores de radar laterais e pela câmera dianteira, com a ajuda de um computador central com processador de múltiplos núcleos de alta potência, é possível "ver" por completo a área adiante e dos lados do caminhão. Para se ter ideia, o olho humano tem um campo visual de 150 graus, mas a área nítida se limita a uma fração desta cifra.
 
Os sensores do “Mercedes-Benz Future Truck 2025” são provenientes da próxima geração desta técnica. A precisão dos sensores é tão elevada que não só podem reconhecer o acostamento com a ajuda das linhas delimitadoras, como também identificar o traçado da estrada analisando a configuração das bordas da calçada (por exemplo, as proteções laterais ou a vegetação).
 
Os sensores e a câmera estão ativos em todas as marchas de velocidade, tanto com o veículo parado como à velocidade máxima autorizada pela lei para os caminhões, 80 km/h. A nova técnica intervém na direção e mantém o caminhão no centro de sua pista, automaticamente e com toda a segurança. Além disso, o sistema dispõe dos dados do mapa digital viário em três dimensões já usado pelo sistema de assistência à condução "Predictive Powertrain Control - PPC" (controle preditivo do trem de força). Desse modo, o caminhão detecta perfeitamente, a todo o momento, o traçado da estrada e a topografia da rota. Para a determinação da própria posição do caminhão são utilizados o mapa viário digital e as informações da fusão multissensorial.
 
Condução autônoma na prática
 
Ao entrar na estrada, o condutor do “Mercedes-Benz Future Truck 2025” ocupa a pista da direita. Ao alcançar a velocidade estabelecida de 80 km/h, o sistema oferece a opção "Highway Pilot". Quando o moto rista ativa esta função, o veículo muda para o modo autônomo, confirmação a informação correspondente "Highway Pilot ativo".
 
Conforme a situação do tráfego, o “Future Truck 2025” se afasta com independência de outros veículos. Para sua orientação no trânsito não é necessário que haja um veículo à frente, pois ele atua com total autonomia dentro de sua pista. Este caminhão funciona com independência de outros usuários da estrada graças à interconexão em rede, não por formação de um comboio com um veículo guia.
 
Se há um veículo adiante do caminhão, este pode se orientar automaticamente por sua velocidade, sempre dentro dos limites autorizados, mantendo ao mesmo tempo a distância de segurança prevista. Isso permite que outros veículos entrem normalmente na via – por exemplo, um carro que sai da pista de rodagem para buscar uma saída. Também neste caso está garantida, a todo o tempo, a distância de segurança: ou seja, o “Future Truck 2025” se adequa com perfeição ao seu entorno.
 
Conduzir e trabalhar ao mesmo tempo
 
Quando o moto rista ativa o sistema "Highway Pilot", pode girar seu assento 45 graus, para uma posição de trabalho ou de descanso. O posto de condução do futuro contará com um console central com design totalmente diferente, similar a uma estação de trabalho de um escritório. O moto rista tem a sua disposição um tablet removível com tela sensível ao toque para poder executar outras atividades e para a comunicação com seu entorno. O novo interior da cabina também aumenta a liberdade de movimentos.
 
A possibilidade de assumir outras tarefas a bordo mudará radicalmente a profissão do moto rista de caminhão. Disso resultam possibilidades de ascensão, da mera atividade de condução para a função de gestor de transportes. Para os transportadores e seus clientes, o moto rista deixará de ser o operador de uma máquina para converter-se num gestor qualificado. Isso valoriza a profissão, que ficará mais atraente.
 
O moto rista poderá também aproveitar o tempo disponível para comunicar-se com outras pessoas utilizando meios eletrônicos. Por exemplo, poderá se encontrar com outros moto ristas em uma área de descanso da estrada, marcar hora, consultar a informação sobre as condições de trânsito ou sobre as rampas de carga ou descarga, ou ainda resolver questões pessoais. A possibilidade de realizar atividades sociais é um argumento positivo importante no campo da condução autônoma.
 
Há também o fato de que o moto rista poderá reservar, durante o percurso, uma vaga de estacionamento em um posto de serviço ou em posto de gasolina. Ele também terá a possibilidade de consultar, através da Internet, o menu de uma lanchonete ou restaurante, fazer uma reserva para uma ducha ou encomendar a comida para a hora exata de sua chegada. Todas essas reservas podem ser confirmadas de imediato, incluindo o número da vaga de estacionamento e a hora.
 
A condução mais tranquila tem reflexos positivos na saúde dos moto ristas. São eliminados fatores de estresse, tais como a redução de uma atividade de condução monótona em estradas de longo percurso. A mudança de posição durante a condução autônoma impede que o moto rista fique obrigado a assumir sempre rigidamente a mesma postura ao